Examinando por Autor "Pimenta, Ricardo M"
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Ítem Acceso Abierto Humanidades Digitais e as culturas da informação: regimes de visibilidade, neodocumentalismo e aceleração(Universidad Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes, 2018-11) Pimenta, Ricardo MAs Humanidades Digitais enquanto campo de práticas de reflexivas e tecnológicas convergentes carece ainda de um crescente pensamento crítico em perspectiva ao uso de soluções tecnológicas digitais para atuação metodológica e/ou para a produção de formas alternativas e inovadoras de comunicar e divulgar o conhecimento produzido no âmbito da pesquisa de humanidades. Com efeito, sabe-se que hoje vivemos em um era cujo apelo ao uso, consumo e reprodução de informações digitais já constituíram parte ordinária do dia-a-dia de muitos. De fato, não apenas na esfera profissional e pública, mas principalmente na privada, o recurso do uso de ferramentas digitais e de plataformas, softwares e suas interfaces diversas tomaram a doxa do homem mediano interferindo profundamente em sua cultura, sua política em suas formas de produção do conhecimento. A ciência, mesmo nas humanidades, grosso modo tem se tornado cada vez mais alicerçada nos recursos tecnológicos que garantem não apenas sua divulgação, circularidade e dinâmica produtiva como também sua inovação e espetacularização por meio dos recursos visuais que a informação adquire. Nesse contexto, de maior publicização da informação e do conhecimento, o apelo à visualidade, aos artefatos tecno-digitais acompanhados de suas respectivas linguagens e gramáticas imagéticas têm redesenhado o cenário de produção do conhecimento, de comunicação e popularização da ciência. Nossa sociedade é desde muito cedo pautada na visuocentrismo e, portanto, não podemos desconsiderar que a “cultura dos dados” presente nas Humanidades Digitais é também uma “cultura visuocêntrica” pois aos dados resta dar-lhes a forma. Esta afirmação se torna melhor compreensível quando nos debruçamos na obra de Vilém Flusser. Ou seja, o apelo visual ocupa o centro de nossos sentidos e, certamente, está considerado na maior parte dos sistemas de informação e comunicação produzidas pelo homem. Este cenário somente pode ser melhor compreendido se discutirmos a fundo e de forma crítica o papel e a forma do documento das Humanidades Digitais. Afinal o paradoxo documental que observamos na atualidade ajuda-nos a compreender não somente o aspecto da cultura visuocentrica como compreender os aspectos inovadores das práticas em humanidades digitais. O que produzimos é documento? É objeto? Metodologia apenas? Ou um pouco de tudo isso? Este novo lócus de ação infor-comunicacional não apenas é expressão sensível, concreta e subjetiva do homem hodierno como se tornou seu grande espaço de produção cultural tecnológica nas últimas décadas. Torna-se urgente, portanto, a reflexão sobre as novas formas de produção do conhecimento, nas humanidades, amparadas pelas tecnologias e por todo um(a) vocabulário/gramática outsider ao campo: a programação As humanidades digitais, nesse sentido, parecem estar a denunciar uma forma múltipla, multimodal de produção e de ação na pesquisa das humanidades. Seus desafios são enormes, na mesma proporção de suas potências.Ítem Acceso Abierto Por uma cultura digital nas práticas de pesquisa e ensino em humanidades: reflexões sobre o uso de ferramentas digitais no dia-a-dia da Ciência da Informação(Universidad Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes, 2018-11) Pimenta, Ricardo M; Gomes, Josir CEm recente experiência de tornar práticas ligadas ao universo das Humanidades Digitais grosso modo mais familiares no escopo do programa de pós-graduação em Ciência da Informação PPGCI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pudemos perceber o quanto algumas ações de alunos e professores já tangenciam este universo enquanto outras são de total desconhecimento de ambos. No primeiro semestre de 2018 foi ministrado um curso de Python, linguagem da programação, para pesquisadoras e pesquisadores do programa de pós-graduação, assim como para seus alunos. A ideia adquiriu concretude a partir do momento que se pode perceber o quanto vários estudantes demonstraram interesse em aprender uma linguagem de programação para que pudessem realizar diversas atividades de pesquisa nas quais o emprego de um tratamento computacional competente para buscar grandes volumes de dados em bases externas ou nas mídias sociais fazia-se mais e mais urgente. Juntamente com o processo de produção de competências tecnológicas e em informação no sentido do curso python realizado, foi realizado uma disciplina cuja tarefa final era a de produzir verbetes, e conteúdo no formato de tutorial, sobre ferramentas digitais comumente encontradas em listas de centros, laboratórios e departamentos de Humanidades Digitais e utilizadas por essa mesma “comunidade de práticas” (Alves, 2016). Para Alves a ideia de comunidade é clara desde antes do surgimento da internet, mas é com o crescimento do uso comum de ferramenta iguais assim como de metodologias, associado à auto percepção de uma coletividade voltada a tais práticas, cada vez mais global que o termo ganha aderência em uma possível tentativa de responder o que seriam as Humanidades Digitais. A intenção primeira era a de possibilitar meios pelos quais outros pesquisadores tivessem acesso a conteúdo explicativo e crítico em português de forma que pudessem conhecer e utilizar algumas dessas ferramentas. É notório que em grande maioria todas elas eram acompanhadas de informação em inglês. Além disso, o vocabulário técnico também tornava a compreensão difícil por um pesquisador de humanidades sem conhecimento prévio. Já a segunda tratava de diminuir, por meio de disciplinas, cursos e atividades encampadas no âmbito de um laboratório de humanidades (o Laboratório em Rede de Humanidades Digitais do IBICT) digitais recentemente implementado, o gap de competências e conhecimentos entre esses dois universos: das ciências humanas e da computação. Desenvolver o curso, uma disciplina para alunos de mestrado e doutorado em Ciência da Informação, e um laboratório são todas práticas difíceis e, por vezes, produzidas apesar da falta de flexibilidade (Spiro, 2015) curriculares e de oportunidades de dialogia entre profissionais, pesquisadores e seus praticantes. Este trabalho, portanto, busca contribuir para uma análise acerca de um conjunto de práticas, ainda em andamento, e adquirir a partir da mesma retorno de pares que tenham passado por experiências similares. Por fim, apontamos como balizas conceituais a ideia de centro de cálculo e periferia de Bruno Latour, juntamente com o debate sobre HD do hemisfério sul, de Domenico Fiormonte.